segunda-feira, 4 de junho de 2018

9º Domingo do Tempo Comum



1ª Leitura - Dt 5,12-15

Assim fala o Senhor: 12'Guarda o dia de sábado, para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou. 13Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras. 14O sétimo dia é o do sábado, o dia do descanso dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem algum de teus animais, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades, para que assim teu escravo e tua escrava repousem da mesma forma que tu. 15Lembra-te de que foste escravo no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado.
O Senhor institui o dia de sábado para que o povo lembre de sua libertação, também obra de Deus. O sábado, porém, não é só descanso para o ser humano, o é também para os animais e para toda a natureza. Além de descanso, é para a celebração da comunidade, para a santificação.
E sábado é instituição divina que lembra a meta, o descanso definitivo, a esperança escatológica de Israel.

Salmo - Sl 80,3-4.5-6ab.6c-8a.10-11b (R. 2a)
R. Exultai no Senhor, a nossa força!

3Cantai salmos, tocai tamborim,*
harpa e lira suaves tocai!
4Na lua nova soai a trombeta,*
na lua cheia, na festa solene! R.

5Porque isto é costume em Jacó,*
um preceito do Deus de Israel;
6auma lei que foi dada a José,*
6bquando o povo saiu do Egito. R.

6cEis que ouço uma voz que não conheço:
7'Aliviei as tuas costas de seu fardo,*
cestos pesados eu tirei de tuas mãos.
8aNa angústia a mim clamaste, e te salvei. R.

10Em teu meio não exista um deus estranho*
nem adores a um deus desconhecido!
11Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor,*
que da terra do Egito te arranquei. R
O Salmo responsorial lembra e canta que Deus é a força de seu povo, Ele é o libertador, o renovador da vida de Israel.

2ª Leitura - 2Cor 4,6-11

Irmãos: 6Deus que disse: 'Do meio das trevas brilhe a luz', é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo. 7Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós. 8Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; 9perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; 10por toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos. 11De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal.
A fragilidade dos cristãos não diminui a grandeza de Deus, segundo Paulo, ao contrário, revela essa grandeza, revelando a vida do Cristo. As adversidades fazem o cristão encontrar mais profundamento a Deus, participando da mesma dinâmica que Cristo viveu, vendo a presença de Deus libertador. O Cristão celebra na vida a presença e a pertença a Deus.

Evangelho - Mc 2,23-3,6

23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: 'Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?' 25Jesus lhes disse: 'Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães'. 27E acrescentou: 'O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado'. 3,1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: 'Levanta-te e fica aqui no meio!' 4E perguntou-lhes: 'É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?' Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.
Jesus retoma o foco do sábado: recordar a obra libertadora de Deus. Por isso, coloca o necessitado no centro, aquele que precisa de libertação. Questiona a instituição de normas que oprimem porque não levam em conta a vida, somente preceitos humanos para manter o status quo, o “sempre foi assim”. A vida está acima da lei, é a partir daqui que se pode entender a fala de Jesus de que Ele é senhor do sábado, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida.
A sociedade humana cria leis que a escravizam. Leis que beneficiam alguns que desejam que tudo fique sempre assim, esquecendo que o principal é a vida. Assim, os que se privilegiam com tais leis, lutam para que elas permaneçam, não gostam que se questione pela verdade ou pela origem, não querem colocar em evidência o que realmente importa, pois pode haver mudanças, perdendo seus privilégios.
Para Deus, no entanto, nem sempre foi assim. No início, Deus criou a vida e, com o tempo chamou alguém para a fé (Abraão), quando ainda não tinha lei. A fé é resposta anterior a lei ao chamado divino, que propende para a realização plena, a esperança escatológica.
O Domingo é a nova criação, a retomada do caminho da verdade, a superação das leis que não levam à plenitude. Sábado e Domingo devem se complementar.


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