sexta-feira, 15 de junho de 2018

11º Domingo do Tempo Comum



1ª Leitura - Ez 17,22-24

22Assim diz o Senhor Deus: 'Eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um broto e o plantarei sobre um monte alto e elevado. 23Vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um cedro majestoso. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de sua ramagem as aves farão ninhos. 24E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço'.
Para o profeta Ezequiel, Deus é o autor de tudo, da vida e da morte, da renovação. Deus faz nova árvore a partir da velha.

Salmo - Sl 91,2-3.13-14.15-16 (R. Cf. 2a)

R. Como é bom agradecermos ao Senhor.

2Como é bom agradecermos ao Senhor*
e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo!
3Anunciar pela manhã vossa bondade,*
e o vosso amor fiel, a noite inteira. R.

13O justo crescerá como a palmeira,*
florirá igual ao cedro que há no Líbano;
14na casa do Senhor estão plantados,*
nos átrios de meu Deus florescerão. R.

15Mesmo no tempo da velhice darão frutos,*
cheios de seiva e de folhas verdejantes;
16e dirão: 'É justo mesmo o Senhor Deus:*
meu Rochedo, não existe nele o mal!' R.


2ª Leitura - 2Cor 5,6-10

Irmãos: 6Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor; 7pois caminhamos na fé e não na visão clara. 8Mas estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor. 9Por isso, também nos empenhamos em ser agradáveis a ele, quer estejamos no corpo, quer já tenhamos deixado essa morada. 10Aliás, todos nós temos de comparecer às claras perante o tribunal de Cristo, para cada um receber a devida recompensa – prêmio ou castigo – do que tiver feito ao longo de sua vida corporal.
A vida corporal é o tempo da semeadura e do desenvolvimento da semente, da vida na fé. Fé e confiar em Deus, além de crer nele, caminhando a partir de seus ensinamentos. O tribunal de Cristo é a Palavra.

Evangelho - Mc 4,26-34

Naquele tempo: 26Jesus disse à multidão: 'O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou'. 30E Jesus continuou: 'Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra'. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
O Reino de Deus é comparado à semente: tem vida em si, tem dinamismo próprio, mas precisa de terra, precisa ser semeado. O evangelista ressalta que Jesus falava conforme seus ouvintes podiam compreender. A semeadura deve levar em conta o terreno, capaz de deixar a semente desenvolver seu dinamismo de vida. Aos discípulos, aqueles nos quais a semente já está em desenvolvimento e que são chamados a serem cossemadores, Jesus explica, aprofunda…

A Liturgia desse final de semana quer ressaltar a independência do poder de Deus, que não é limitado nem condicionado pelas realidades humanas. O Reino de Deus cresce independentemente das atitudes das pessoas que, em muitos casos, consideram insignificantes os sinais de sua presença (como a semente de mostarda).
Cristo é o semeador do Reino, Ele mesmo rejeitado e que se tornou o Salvador. Os cristãos e as cristãs, enquanto membros do corpo de Cristo, continuam a semeadura, ao mesmo tempo em que são a terra onde a semente brota e dá frutos, participando do milagre silencioso do acontecimento do Reino de Deus.
A pequena semente que se transforma em grande planta, o pequeno ramo que se torna nova árvore, são símbolos das pequenas comunidades que, vivendo sua fé com coerência e fidelidade, transformam realidades, colocando amor e esperança em meio a tantas angústias e sofrimentos, conscientes de que há muito ainda por fazer.

sábado, 9 de junho de 2018

10º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura - Gn 3,9-15


Depois que o homem comeu da fruta da árvore, 9o Senhor Deus chamou Adão, dizendo: 'Onde estás?' 10E ele respondeu: 'Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo, porque estava nu; e me escondi'. 11Disse-lhe o Senhor Deus: 'E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?' 12Adão disse: 'A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi'. 13Disse o Senhor Deus à mulher: 'Por que fizeste isso?' E a mulher respondeu: 'A serpente enganou-me e eu comi'. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: 'Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar'.
Com facilidade nos perdemos no jogo de empurra-empurra, para nos livrar da culpa e das responsabilidades de nossos atos. Aqui, porém, se trata de quebra de relações. Adão tinha uma relação com Deus, embasada na familiaridade e nas “combinações”, quando estas são quebradas aparecem a vergonha e o escondimento. A nudez, que na inocência não causa problema, é a desculpa para esconder-se do amigo, com o qual se rompeu relações.
A serpente, que na simbologia oriental significa sabedoria, na experiência de Israel se torna símbolo de rompimento da aliança com Deus e de opressão. A sabedoria dos povos vizinhos (egípcios, babilônios, assírios, persas…) oprimiu e escravizou o povo de Deus. Nas tentações (Queremos ser como os outros povos – 1Sam 8,10-22), o povo de Deus se escondeu de seu Deus.

Salmo - Sl 129,1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)

R. No Senhor toda graça e redenção!

1Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,*
2escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos*
ao clamor da minha prece! R.

3Se levardes em conta nossas faltas,*
quem haverá de subsistir?
4Mas em vós se encontra o perdão,*
eu vos temo e em vós espero. R.

5No Senhor ponho a minha esperança,*
espero em sua palavra.
6A minh'alma espera no Senhor*
mais que o vigia pela aurora. R.

7Espere Israel pelo Senhor,*
pois no Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção.
8Ele vem libertar a Israel*
de toda a sua culpa. R.
Só o Senhor pode reparar o erro que cometemos, pois nossa fraqueza está sempre a mercê das tentações que nos dividem, nos escondem, nos afastam de Deus. Nossa esperança é que Deus redime, consola, salva, liberta.

2ª Leitura - 2Cor 4,13-18-5,1


Irmãos: 13Sustentados pelo mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: 'Eu creio e, por isso, falei', nós também cremos e, por isso, falamos, 14certos de que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. 15E tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas faça crescer a ação de graças para a glória de Deus. 16Por isso, não desanimamos. Mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia. 17Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. 18E isso acontece, porque voltamos os nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno. 5,1De fato, sabemos que, se a tenda em que moramos neste mundo for destruída, Deus nos dá uma outra moradia no céu que não é obra de mãos humanas, mas que é eterna.
Quando voltamos nossos olhos para as coisas invisíveis, não deixamos as coisas visíveis nos tirar do caminho. As tribulações, pequenas ou grandes, que nos escandalizam e fazem duvidar de Deus, afastar da Comunidade, abandonar a fé, surtem seu efeito porque desviamos o olhar do foco principal que é a verdade, muitas vezes escondida pelas imagens deturpadas que são apresentadas àqueles e àquelas que buscam viver o Evangelho, não seguindo sistemas mundanos, querendo transformar as realidades.
Cremos, por isso falamos” - em que cremos, em que falamos? Falamos do que cremos? No anúncio paulino, está o forte convite para olhar a fé que carregamos no peito, cultivamos e aprofundamos: a fé no Evangelho, ou a fé no mundo?

Evangelho - Mc 3,20-35


Naquele tempo: 20Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si. 22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: 'Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno'. 30Jesus falou isso, porque diziam: 'Ele está possuído por um espírito mau'. 31Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: 'Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura'. 33Ele respondeu: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe'.
O que acontece é um processo de difamação: os doutores dizem que Jesus está possuído por um espírito mau (Belzebu); seus familiares que enlouqueceu. A difamação busca segurar, prender, conter aquele que está fazendo algo diferente, que atrai multidões fora do centro (Jerusalém-Templo). Jesus revela esta farsa, que quer tirar do caminho de Deus.
Seus familiares de sangue são convidados a perceber que há laços maiores de familiaridade, que vêm de Deus: quem faz a vontade do Pai…

Para São Francisco de Assis, nos tornamos esposos, irmãos e mães de Cristo quando, cumprindo a vontade de Deus, desposamos a vida do Evangelho pelo Espírito Santo, e damos à luz o Filho de Deus por obras santas. Buscar a vida do Evangelho é levar Jesus aos outros, não o prendendo egoisticamente para si, para sua comunidade, para seu grupo. Disse Paulo, é maior a graça quanto maior o número dos que louvam a Deus. As comunidades são convidadas a abrir-se a quem chega, a fazer com que se encontrem com Jesus, a descobrir a verdade e a superar a tentação, fruto da mentira, que não quer a comunhão com o Senhor.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

9º Domingo do Tempo Comum



1ª Leitura - Dt 5,12-15

Assim fala o Senhor: 12'Guarda o dia de sábado, para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou. 13Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras. 14O sétimo dia é o do sábado, o dia do descanso dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem algum de teus animais, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades, para que assim teu escravo e tua escrava repousem da mesma forma que tu. 15Lembra-te de que foste escravo no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado.
O Senhor institui o dia de sábado para que o povo lembre de sua libertação, também obra de Deus. O sábado, porém, não é só descanso para o ser humano, o é também para os animais e para toda a natureza. Além de descanso, é para a celebração da comunidade, para a santificação.
E sábado é instituição divina que lembra a meta, o descanso definitivo, a esperança escatológica de Israel.

Salmo - Sl 80,3-4.5-6ab.6c-8a.10-11b (R. 2a)
R. Exultai no Senhor, a nossa força!

3Cantai salmos, tocai tamborim,*
harpa e lira suaves tocai!
4Na lua nova soai a trombeta,*
na lua cheia, na festa solene! R.

5Porque isto é costume em Jacó,*
um preceito do Deus de Israel;
6auma lei que foi dada a José,*
6bquando o povo saiu do Egito. R.

6cEis que ouço uma voz que não conheço:
7'Aliviei as tuas costas de seu fardo,*
cestos pesados eu tirei de tuas mãos.
8aNa angústia a mim clamaste, e te salvei. R.

10Em teu meio não exista um deus estranho*
nem adores a um deus desconhecido!
11Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor,*
que da terra do Egito te arranquei. R
O Salmo responsorial lembra e canta que Deus é a força de seu povo, Ele é o libertador, o renovador da vida de Israel.

2ª Leitura - 2Cor 4,6-11

Irmãos: 6Deus que disse: 'Do meio das trevas brilhe a luz', é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo. 7Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós. 8Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; 9perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; 10por toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos. 11De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal.
A fragilidade dos cristãos não diminui a grandeza de Deus, segundo Paulo, ao contrário, revela essa grandeza, revelando a vida do Cristo. As adversidades fazem o cristão encontrar mais profundamento a Deus, participando da mesma dinâmica que Cristo viveu, vendo a presença de Deus libertador. O Cristão celebra na vida a presença e a pertença a Deus.

Evangelho - Mc 2,23-3,6

23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: 'Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?' 25Jesus lhes disse: 'Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães'. 27E acrescentou: 'O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado'. 3,1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: 'Levanta-te e fica aqui no meio!' 4E perguntou-lhes: 'É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?' Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.
Jesus retoma o foco do sábado: recordar a obra libertadora de Deus. Por isso, coloca o necessitado no centro, aquele que precisa de libertação. Questiona a instituição de normas que oprimem porque não levam em conta a vida, somente preceitos humanos para manter o status quo, o “sempre foi assim”. A vida está acima da lei, é a partir daqui que se pode entender a fala de Jesus de que Ele é senhor do sábado, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida.
A sociedade humana cria leis que a escravizam. Leis que beneficiam alguns que desejam que tudo fique sempre assim, esquecendo que o principal é a vida. Assim, os que se privilegiam com tais leis, lutam para que elas permaneçam, não gostam que se questione pela verdade ou pela origem, não querem colocar em evidência o que realmente importa, pois pode haver mudanças, perdendo seus privilégios.
Para Deus, no entanto, nem sempre foi assim. No início, Deus criou a vida e, com o tempo chamou alguém para a fé (Abraão), quando ainda não tinha lei. A fé é resposta anterior a lei ao chamado divino, que propende para a realização plena, a esperança escatológica.
O Domingo é a nova criação, a retomada do caminho da verdade, a superação das leis que não levam à plenitude. Sábado e Domingo devem se complementar.


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Solenidade do Divino Espírito Santo



1ª Leitura – At 2,1-11

1Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. 3Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. 5Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. 6Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. 7Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? 8Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? 9Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”
O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra que a vinda do Espírito Santo transforma a paralisia em ação. Provoca barulho que reúne, faz anunciar, faz entender. Leva para uma ação evangelizadora. Esquenta, abrasa, movimenta.

Salmo - Sl 103,1-2a.24.35c.27-28.29bc-30 (R.30)

R. Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.

1Bendize, ó minha alma, ao Senhor!*
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
2De majestade e esplendor vos revestis
e de luz vos envolveis como num manto. R.

24Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras,*
e que sabedoria em todas elas!
Encheu-se a terra com as vossas criaturas.*
35cBendize, ó minha alma, ao Senhor! R.

27Todos eles, ó Senhor, de vós esperam*
que a seu tempo vós lhes deis o alimento;
28vós lhes dais o que comer e eles recolhem,*
vós abris a vossa mão e eles se fartam. R.

29Se tirais o seu respiro, eles perecem*
e voltam para o pó de onde vieram;
30enviais o vosso espírito e renascem*
e da terra toda a face renovais. R.
O Salmo suplica a vinda e a plenitude do Espírito Santo, doador da vida, sustendador da vida, santificador da vida.

2ª Leitura – 1Cor 12,3b-7.12-13

Irmãos: 3bNinguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. 4Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. 5Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. 6Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. 7A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. 12Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.
São Paulo nos mostra que é o Espírito, habitando em nós, que reconhece o Cristo, sua divindade, sua ação e sua missão. É o Espírito que nos coloca em comunhão com todo o corpo de Cristo (a Igreja) e com todo o mundo (a sociedade) pela partilha dos dons para o bem comum.

Evangelho – Jo 20,19-23

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

O Evangelho segundo São João nos coloca na dinâmica do envio. Envio que inicia com o desejo de paz. Paz que transforma o medo em alegria, por fazer a experiência do Cristo verdadeiramente ressuscitado. Paz que tem a consequência do envio conforme o modelo do Pai, que envia o Filho. Envio que integra o perdão.

A Solenidade de Pentecostes é a festa que recorda que a morte e ressurreição do Senhor Jesus desembocam no envio, na missão dos que creem. O Espírito Santo sacode, move, faz acontecer, mas o cristão e a cristã são os coagentes com o Espírito. Habitados plenamente pelo Espírito (pela vida sacramental e pela coerência com o Evangelho), aprendem com toda a vida do Cristo (da encarnação à cruz e à ressurreição) os critérios do Pai, atuando para o bem comum, enchendo a terra com o Espírito de Deus, transformando as realidades contrárias ao Evangelho, pelo anúncio, pela ação misericordiosa, pela ação missionária. Não escondem os seus dons, também não os encerram dentro da própria comunidade. Abrem-se para o mundo, reconhecendo a presença de Deus, pelos olhos do Espírito, em todas as realidades, culturas, grupos, lugares…
Não podemos esquecer a figura de Maria, neste mês de maio. Para São Francisco de Assis, ela é “esposa do Espírito Santo”. A exemplo dela, quem desposa o Espírito, dá à luz o Filho de Deus, passando de servo, de serva, a mãe. A mãe se ocupa e preocupa com os filhos mais frágeis, mais necessitados, sem se esquecer dos fortes, mesmo que dedique mais tempo àqueles. Deus também dedica especial atenção aos pequenos, órfão, viúvas, estrangeiros, doentes, excluídos, pobres, encarcerados, sedentos, famintos, desnudos...
O Espírito move nosso olhar para onde Deus olha! (Ao menos a quem se deixa guiar por Ele)!

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Ascensão do Senhor


1ª Leitura - At 1,1-11

1No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, 2até ao dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. 3Foi a eles que Jesus se mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus. 4Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: 5João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”'. 6Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?” 7Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. 8Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. 9Depois de dizer isto, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não mais podiam vê-lo. 10Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, 11que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.
O autor dos Atos dos Apóstolos remete seu escrito ao “Amigo de Deus” (Teófilo), àquele que quer se aproximar de Deus. Relata a este amigo o quanto acontece com Jesus e seus seguidores. No texto indicado para a liturgia da Ascensão do Senhor, ele nos dá vários elementos. Primeiro, Jesus permanece algum tempo com os seus, instruindo-os, preparando-os para enviá-los. Segundo, Jesus é levado aos céus, sendo encoberto por uma nuvem – a nuvem é símbolo da presença de Deus (A nuvem permanecia sobre a tenda, ia com o povo) e da ação do Espírito (o Espírito te cobrirá com sua sombra). Terceiro, quem recebeu uma missão não deve ficar parada, esperando as coisas prontas do céu (Diga ao povo que caminhe). Quarto, Jesus voltará revestido da glória de Deus e do Espírito Santo.


Salmo - Sl 46,2-3.6-7.8-9 (R.6)
R. Por entre aclamações Deus se elevou,
o Senhor subiu ao toque da trombeta.

2Povos todos do universo, batei palmas,*
gritai a Deus aclamações de alegria!
3Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo,*
o soberano que domina toda a terra. R.

6Por entre aclamações Deus se elevou,*
o Senhor subiu ao toque da trombeta.
7Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa,*
salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei! R.

8Porque Deus é o grande Rei de toda a terra,*
ao som da harpa acompanhai os seus louvores!
9Deus reina sobre todas as nações,*
está sentado no seu trono glorioso. R.
O salmo nos convida a louvar o Senhor, elevado e glorioso, pois Ele reina sobre todos. O salmo prevê a glória e o reinado de Deus, o que será anunciado e mostrado pela vida e pela palavra de Jesus de Nazaré.

2ª Leitura - Ef 1,17-23

Irmãos: 17O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. 18Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, 19e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente. 20Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, 21bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. 22Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, 23que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal.
São Paulo convida a comunidade de Éfeso a se abrir à ação do Espírito Santo, dado por Deus para entender os mistérios e a graça doada por intermédio do Cristo. Só o Espírito de Deus pode nos fazer compreender a ação divina. Só o Espírito de Deus pode nos fazer compreender que somos corpo de Cristo, Cabeça da Igreja e Senhor do mundo.

Evangelho - Mc 16,15-20

Naquele tempo: Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.
Jesus envia seus discípulos para anunciar o Evangelho a todos, fazendo a todos participar da vida Divina (batismo significa mergulho, mergulho em Deus Trindade). A palavra anunciada é confirmada pelos sinais que a acompanha: afastamento dos ídolos (demônio = falso deus, ídolo); possibilidade de ser compreendido por qualquer um (falar novas línguas); fortalecer os fracos (curar também significa cuidar); capacidade de vencer as adversidades (veneno não faz mal). Esse mandato e essa confirmação da palavra vêm da autoridade de Jesus, que está sentado à direita de Deus (símbolo de quem exercia o poder: estar a direita). A esse mandato não cabe esperas: os discípulos saíram imediatamente a pregar por toda parte.

A liturgia da Palavra do Domingo da Ascensão não fala da despedida de Jesus como uma despedida comum humana: cheia de lágrimas e sentimentos tristes. Fala da despedida cheia de envio e missão, com a esperança do reencontro.
A missão compreende a certeza de estar em comunhão com a Cabeça (Jesus Cristo) que já está no céu junto do Pai, mas que tem seu Corpo (a Igreja, cada cristão e cada cristã em comunhão entre si e com Cristo) atuando no mundo para transformar as realidades adversas à vontade de Deus, ao reinado de Deus, à acolhida do dom da graça e do Espírito Santo (crer e ser batizado).
Adverte, porém, que há cristãos e cristãs que ficam parados, olhando para cima, esperando que algo venha pronto do céu. O mandato missionário é a indicação de que se deve fazer acontecer o que se espera. Deus dá a força (o Espírito) para que as pessoas se coloquem em ação. A vida só será cheia do Evangelho se, além do anúncio, os cristãos e as cristãs, vivendo o Evangelho, transformarem as realidades sociais à luz do ensinamento de Jesus.


sexta-feira, 4 de maio de 2018

6º Domingo de Páscoa




1ª Leitura – At 10,25-26.34-35.44-48

25 Quando Pedro estava para entrar em casa, Cornélio saiu-lhe ao encontro, caiu a seus pés e se prostrou. 26 Mas Pedro levantou-o, dizendo: 'Levanta-te. Eu, também, sou apenas um homem'. 34 Então, Pedro tomou a palavra e disse: 'De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35 Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 44 Pedro estava ainda falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra. 45 Os fiéis de origem judaica, que tinham vindo com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo fosse derramado também sobre os pagãos. 46 Pois eles os ouviam falar e louvar a grandeza de Deus em línguas estranhas. Então Pedro falou: 47 'Podemos, por acaso, negar a água do batismo a estas pessoas que receberam, como nós, o Espírito Santo?' 48 E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Eles pediram, então, que Pedro ficasse alguns dias com eles.

Após a visão que lhe questionou sobre o puro e o impuro, Pedro acolhe o convite de ir anunciar a Boa Nova a quem “não pertencia ao povo de Deus”. Descobre que Deus não faz distinção entre as pessoas, mas chama indistintamente para pertenceram a “um só rebanho”. O batismo é dom divino, não podendo ser guardado para os do grupo. Ele é porta de entrada, expandindo a comunidade.

Salmo - Sl 97,1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
R. O Senhor fez conhecer a salvação e
revelou sua justiça às
nações.

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.

2O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3arecordou o seu amor sempre fiel*
3bpela casa de Israel. R.

3cOs confins do universo contemplaram*
3da salvação do nosso Deus.
4Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai! R.

O salmo canta as maravilhas de Deus, as quais o próprio Deus faz conhecer. O mundo pode contemplá-las e, com isso, contemplar Deus.

2ª Leitura - 1Jo 4,7-10

Caríssimos:
7Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.

O amor é fonte de conhecimento. Não é puro ato intelectual, mas consiste na entrega e na autoentrega, a exemplo de Deus. Deus amou primeiro, Ele define o que é o amor. Entregar-se para a transformação: reparar os pecados.

Evangelho - Jo 15,9-17

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.

No Evangelho segundo João, para Jesus, amar é dar a própria vida pelos outros. Ele o fez, de modo a não ter mais servos, mas amigos. Os amigos sabem o que o Amigo faz: Ele dá a própria vida, dando a conhecer tudo o que ouviu do Pai, pois a vida é resposta viva, coerente, fiel ao Pai.

A liturgia da Palavra do 6º Domingo de Páscoa nos coloca em reflexão direta sobre o amor colocado em prática. Amar não é uma atividade intelectual ou virtual. Amar é a capacidade de dar a própria vida, de romper com o egocentrismo e com o espiritualismo. Para amar é necessário sair de si, como Pedro, e ir ao encontro dos outros, dos diferentes, dos que não estão no nosso grupo. É reconhecer que há mais coisas feitas por Deus no mundo do que nosso costumeiro modo de olhar vê.
Amar significa a capacidade de colocar em prática a vontade do Pai, que envia o Filho para transformar a realidade, fazendo resplandecer no mundo as maravilhas do Senhor. Mas quais são essas maravilhas? O povo bíblico canta, ao longo de toda a Escritura Sagrada, as obras salvadoras, libertadoras de Deus, sua afeição aos pobres, órfãos, viúvas, estrangeiros. Na ação de Jesus, há a aproximação desses aos quais o Pai se volta: crianças, mulheres, doentes, pecadores…
Amar significa olhar com sensibilidade acolhedora aqueles que nos causam repulsa, pois nos incomodam questionando nossa preguiça, nosso comodismo, nosso egoísmo.
Francisco de Assis começa a se tornar santo ao abraçar e beijar o leproso (pobre, excluído, marginalizado em seu tempo).


terça-feira, 1 de maio de 2018

Reiniciando

Aos poucos vou retomando as atividades neste blog.
Muita paciência!!!
Inicio também blog de estudo de liturgia!

6º Domingo da Páscoa

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