9 de maio de 2021
Cor: Branco
1ª Leitura – At 10,25-26.34-35.44-48
O dom do Espírito Santo também foi derramado sobre os pagãos
Leitura dos Atos dos Apóstolos
25Quando
Pedro estava para entrar em casa, Cornélio saiu-lhe ao encontro, caiu a seus
pés e se prostrou. 26Mas Pedro
levantou-o, dizendo: 'Levanta-te. Eu, também, sou apenas um homem'. 34Então, Pedro tomou a palavra e disse: 'De
fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e
pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 44Pedro estava ainda falando, quando o Espírito
Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra. 45Os
fiéis de origem judaica, que tinham vindo com Pedro, ficaram admirados de que o
dom do Espírito Santo fosse derramado também sobre os pagãos. 46Pois eles os ouviam falar e louvar a grandeza
de Deus em línguas estranhas. Então Pedro falou: 47'Podemos,
por acaso, negar a água do batismo a estas pessoas que receberam, como nós, o
Espírito Santo?' 48E mandou que
fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Eles pediram, então, que Pedro
ficasse alguns dias com eles.
Palavra do Senhor.
A leitura
dos Atos dos Apóstolos nos mostra Pedro indo ao encontro daqueles que se tornam
os primeiros membros não judeus da Comunidade cristã. Pedro apresenta-se como
simples homens, mensageiro humilde da Palavra, criando condições de diálogo e
abrindo-lhe o coração para acolher e reconhecer o dom e a presença de Deus que
se apresenta fora dos padrões esperados. De fato, essa leitura também nos
adverte para a tentação de se pensar que o dom é exclusivo e que fora da
comunidade constituída não há possibilidade para Deus. Os que foram com Pedro
se admiraram que os pagãos também receberam o dom do Espírito. A pergunta de
Pedro ressalta essa realidade: “podemos, por acaso, negar a água do batismo a
estas pessoas que receberam, como nós, o Espírito Santo?” A comunidade
apostólica reconhece, desde o início, que há igualdade entre os membros da
Igreja, independente de sua raça, cultura, condição social. É Deus quem conduz
os caminhos da fé.
Salmo – Sl 97,1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
R. O Senhor fez conhecer a salvação e revelou
sua justiça às nações.
1Cantai
ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e
santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.
2O
Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3arecordou
o seu amor sempre fiel*
3bpela
casa de Israel. R.
3cOs
confins do universo contemplaram*
3da
salvação do nosso Deus.
4Aclamai
o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai! R.
O
Salmo nos convida a louvar a Deus, reconhecendo suas grandes maravilhas. Ligado
à primeira leitura, como resposta, faz-nos pensar que as maravilhas de Deus são
a concessão do dom do Espírito Santo a todos os povos, sem distinção; seu amor
incondicional que salva a todas as criaturas.
2ª Leitura – 1Jo 4,7-10
Deus é amor
Leitura da Primeira Carta de São
João
Caríssimos: 7Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de
Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois
Deus é amor. 9Foi assim que o amor de
Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que
tenhamos vida por meio dele. 10Nisto
consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e
enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
Palavra do Senhor.
Deus
é amor. A identidade de Deus é ser amor. Ele ama todas as criaturas porque é
sua essência, não é só uma opção, nem um simples desejo, é o próprio ser de
Deus. É Ele o princípio do amor, como é Ele que inicia amando. Por isso, nosso
amor encontra nele o fundamento e a imagem. Nós amamos à imagem de Deus, como
Ele nos ama. Amar é relacionar-se profundamente com Deus, na prática do amor
fraterno. Assim podemos compreender a vida de Jesus de Nazaré, um com o Pai,
amando a todos: dialogando com mulheres, curando doentes, perdoando pecadores,
acolhendo as criancinhas, comendo com publicanos, fariseus e leprosos... Demonstrando
o amor de Deus, que não faz distinção entre as pessoas.
Evangelho – Jo 15,9-17
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos
+ Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo segundo João
Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: 9Como meu Pai me amou, assim
também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu
guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu eu vos disse isto, para que a minha alegria
esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12Este
é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá
sua vida pelos amigos. 14Vós sois
meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já
não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos
chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu
que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso
fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos
outros.
Palavra da Salvação.
Jesus
apresenta sua ligação amorosa com o Pai como fundamento para o amor mútuo entre
seus discípulos. Não há lugar para justificativas fortuitas: o amor cristão é o
amor do Filho encarnado, que deu sua vida pelos seus. Dar a vida é a atitude
reveladora do amor, que acontece na prática do dia a dia. Só existe comunidade
cristã com a prática do amor, amor como resposta ao amor de Deus, que é amor e
ama por primeiro, e como partilha do amor. Amar é permanecer em Cristo, como o
ramo permanece na videira e dá fruto. Permanecer em cristo é condição
primordial para entender o amor divino.
A
comunidade cristã se entende como continuadora da missão do Filho de Deus, e
sem a missão, que é caridade, deixa de ser cristã. Permanecendo em Cristo e no
seu amor, a Igreja ama incondicionalmente e incansavelmente, praticando a
caridade na missão. Dom e compromisso assumido a partir de sua identidade, na
permanência em Cristo Senhor. Amor e prática missionária são constituintes da
identidade de quem segue o Cristo. Não é a prática de leis e de rubricas que
constituem o povo de Deus. Leis e rubricas são apenas organização parcial da
prática orante e da missão eclesiais. Sem amor elas perdem todo sentido e
passam a ser peso insuportável e impraticável.
Nesse
domingo, também celebramos o dia das mães. As geradoras de vida que, no amor,
entregam-se a quem, desde seu ventre e por toda a vida, mantêm uma relação
profunda e misteriosa. As mães são as reveladoras da possibilidade de amar como
Deus ama: com amor desejoso de comunhão de vida, mas sem esperar resposta, amar
porque se é assim, por que se é capaz de amar, não impondo condições, não se importando
com situações... Incansáveis no cuidado, fortes na construção de condições de
vida digna, batalhadoras por um mundo melhor e justo, testemunham na prática
cotidiana o que é o amor de Deus por seus filhos e suas filhas.
Consulte:
https://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2021&mes=5&dia=9
https://www.vidapastoral.com.br/roteiros/6%e2%81%b0-domingo-da-pascoa-9-de-maio/
https://subsidiosexegeticos.wordpress.com/2021/05/03/vi-domingo-do-tempo-pascal/