Novena de São Francisco de Assis
Sábado da 25ª semana do Tempo Comum
1ª Leitura: Zc 2,5-9.14-15a
Leitura da Profecia de Zacarias 2,5-9.14-15a
5Levantei
os olhos e eis que vi um homem com um cordel de medir na mão.
6Perguntei-lhe: “Aonde
vais?” Respondeu-me: “Vou medir Jerusalém, para ver qual é a
sua largura e o seu comprimento”. 7Eis
que apareceu o anjo que falava em mim, enquanto lhe vinha ao encontro
um outro anjo, 8que lhe
disse: “Corre a falar com esse moço, dizendo: A população de
Jerusalém precisa ficar sem muralha, em vista da multidão de homens
e animais que vivem no seu interior. 9Eu
serei para ela, diz o Senhor, muralha de fogo ao seu redor, e
mostrarei minha glória no meio dela. 14Rejubila,
alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti,
diz o Senhor. 15aMuitas
nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo.
Habitarei no meio de ti”.
O
profeta Zacarias levanta os olhos para ver. Não fica com eles
voltados para os seus pés. Não centra o seu olhar sobre si mesmo,
mas dirige-o para além de si, constatando a realidade: Jerusalém
precisa ser medida. Ela será a morada do Senhor, não precisando de
outra proteção a não ser a de Deus. Ao mesmo tempo, torna-se lugar
de acolhida de multidões. A alegria está na presença de Deus.
Salmo: Jr 31,10.11-12ab.13 (R. 10d)
R.
O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.
10Ouvi, nações, a palavra do Senhor *
e anunciai-a nas ilhas mais distantes:
“Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, *
e o guardará qual pastor a seu rebanho!” R.
11Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó *
e o libertou do poder do prepotente.
12aVoltarão para o monte de Sião, +
entre brados e cantos de alegria *
12bafluirão para as bênçãos do Senhor: R.
13Então a virgem dançará alegremente, *
também o jovem e o velho exultarão;
mudarei em alegria o seu luto, *
serei consolo e conforto após a guerra. R.
O
salmista canta a alegria que nasce do encontro com a Palavra
anunciada, partilhada por quem ouve e crê. Que palavra é essa? A
palavra que indica a presença do Senhora dispersão, na dificuldade.
Presença que redime, que perdoa, que liberta, que abençoa, que
transforma.
Evangelho: Lc 9,43b-45
+
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
9,43b-45
Naquele
tempo: 43bTodos estavam
admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a
seus discípulos: 44“Prestai
bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser
entregue nas mãos dos homens”. 45Mas
os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes
ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham
medo de fazer perguntas sobre o assunto.
O
texto do Evangelho segundo Lucas inicia falando da admiração pelas
ações de Jesus que, ao descer da montanha (versículos anteriores)
é procurado por um pai, solicitando a cura de seu filho. Cura que
fora solicitada aos seus discípulos, os quais não conseguira
realizá-la. O povo se admira das maravilhas de Deus e do que Jesus
faz. O acento está na ação e não na palavra de Jesus. As
palavras, posteriores à ação, iniciam convidando a prestar
atenção. Elas proferem sofrimento, entrega, prenunciam julgamento e
morte. Os discípulos, porém, não conseguem entender o que Jesus
diz, tendo vergonha de perguntar. Há quem busca milagres, há quem
busca segurança, há quem busca sinais, há quem busca o Senhor.
Entre os discípulos de Jesus há muitas dinâmicas próprias, o
convite é só um: prestar atenção. Compreender as palavras de
Jesus exige atenção, exige perceber as ações, exige realizar as
ações como ele. Isso é testemunho.
Toda
pessoa batizada é incorporada a Cristo; torna-se membro do Corpo de
Cristo; O membro que se deixa conduzir pela Cabeça (que é Cristo)
realiza as ações indicadas pela Cabeça. O batismo nos transforma e
constitui em membros que realizam as obras de Cristo.
Onde
encontramos Cristo? Como prestamos atenção à sua palavra?
A
Igreja nos convida para sermos discípulos missionários. Discípulo
é aquele que coloca-se em atitude de aprendizado, de escuta. O
discípulo ouve com atenção o Mestre, saboreia sua palavra,
transformando-a em vida, na sua própria vida. O discípulo vive o
que ensina seu Mestre. O missionário partilha o ensinamento de seu
Mestre, indicando a presença do mesmo no meio do seu povo,
transformando o ensinamento em vida para o povo.
O
batismo nos confere a aproximação do Senhor, colocando-nos na
atitude de discípulos, ouvindo atentamente suas palavras, percebendo
suas ações, participando delas. Ao participarmos das ações do
Mestre e Senhor, o batismo nos configura como missionários,
portadores e proclamadores da palavra e das ações do Mestre.
Portadores e proclamadores do Mestre, a Palavra que se fez carne.
O
batismo não garante, porém, tranquilidade. O mestre foi entrega nas
mãos das autoridades, sofreu: os discípulos missionários estão no
mesmo caminho. Cada membro, unido ao corpo, sofre com o corpo; é
entregue com o corpo. Não há separação, eis a consequência da
atenção prestada: quando somos, de fato, discípulos somos um com o
Senhor; quando somos missionários como Ele, recebemos as mesmas
recompensas.
Ainda,
batismo significa mergulho. Mergulhamos de cabeça: expressão que
fala de entrega total, de engajamento total, de aposta total, sem
volta. O batismo nos torna membros de Cristo, discípulos dele,
missionários dele. Não há possibilidade de volta, quando o
tentamos, algo se quebra, algo dá errado. Podemos renunciar a
Cristo, podemos separar-nos dele, mas não podemos dizer que somos
dele e fazer o contrário do que Ele faz. Os discípulos realizaram
suas obras, fizeram curas, quando foram enviados por Ele. Quando
foram demandados sem Ele, não conseguiram realizar, suas palavras
não foram compreendidas, a vergonha tomou conta.
Mergulhar
na Palavra, mergulhar na ação, mergulhar no Senhor, eis a vida do
batizado.
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