sábado, 18 de abril de 2020

Segunda-feira da 2ª Semana de Páscoa



Primeira Leitura (At 4,23-31)

Naqueles dias, 23logo que foram postos em liberdade, Pedro e João voltaram para junto dos irmãos e contaram tudo o que os sumos sacerdotes e os anciãos haviam dito. 24Ao ouvirem o relato, todos eles elevaram a voz a Deus, dizendo: “Senhor, tu criaste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 25Por meio do Espírito Santo, disseste através do teu servo Davi, nosso pai: ‘Por que se enfureceram as nações, e os povos imaginaram coisas vãs? 26Os reis da terra se insurgem e os príncipes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu Messias’. 27Foi assim que aconteceu nesta cidade: Herodes e Pôncio Pilatos uniram-se com os pagãos e os povos de Israel contra Jesus, teu santo servo, a quem ungiste, 28a fim de executarem tudo o que a tua mão e a tua vontade haviam predeterminado que sucedesse. 29Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra. 30Estende a mão para que se realizem curas, sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus”. 31Quando terminaram a oração, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos, então, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus!


Salmo Responsorial (Sl 2)

— Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor.

— Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor.

— Por que os povos agitados se revoltam? Por que tramam as nações projetos vãos? Por que os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido? “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, “e lançar longe de nós o seu domínio!”

— Ri-se deles o que mora lá nos céus; zomba deles o Senhor onipotente. Ele, então, em sua ira os ameaça, e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz: “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”

— O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio. Com cetro férreo haverás de dominá-los, e quebrá-los como um vaso de argila!”


Evangelho (Jo 3,1-8)

1Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, 2que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”. 3Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. 4Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?” 5Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito. 7Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor!

Reflexão
Há quem busca o Senhor, quem busca a verdade, com sinceridade de coração, mesmo que em meio à escuridão. Nicodemos busca Jesus à noite, buscando a luz. Jesus é a luz que brilha na escuridão da vida das pessoas, mas não é fácil entendê-lo. Há que se ter liberdade, há que se deixar configurar pelo e ao Espírito Santo. Enquanto se fica atrelado ao grupo em que se está, não é possível viver na luz.
Nicodemos é um exemplo para nós: enquanto não teve coragem de optar por Jesus, o que fez quando, com José de Arimateia, foi pedir o corpo do Senhor crucificado, para enterrá-lo, não conseguia entender o mínimo (“nascer do alto”). Era fariseu, seguia o modo de ser de fariseu, que significa “separado”, desprezando quem não era como o grupo. Jesus o convida a ser livre como o Espírito, mas isso só é possível se nascer de novo, do alto.
Frei Vicenzo Battaglia, OFM, nos chama a atenção para o itinerário da vida cristã, que começa com imitação, como a criança imita os adultos (corre-se o risco de se ficar na imitação, quase como marionete); em seguida vem o seguimento, no qual se busca saber os porquês, o fundamento e se adere a uma causa (corre-se o risco de viver por ideologia, mesmo a fé) e por fim vem a configuração, uma comunhão de vida tão profunda que se torna “um outro Cristo”, é a vida no Espírito.
Aqui se entende a primeira leitura de hoje: os discípulos rogam a Deus que as prisões não impeçam o anúncio do Evangelho, mas que envie o Espírito de fortaleza e de coragem; que o medo não seja barreira, mas oportunidade de viver na liberdade o Espírito.


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